segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Financiamento concentrado em imóveis mais caros prejudica mercado de usados

Financiamento concentrado em imóveis mais caros prejudica mercado de usados
Vendas de usados recuaram 30,6% em junho e locações caíram 6% no período.

05/08/08 - Apesar do aumento da participação dos financiamentos no mercado de imóveis usados, as vendas do segmento caíram 30,6% em junho, na comparação a maio. De acordo com o Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), isso aconteceu porque houve concentração desses recursos nas faixas de imóveis mais caros. “Se a maioria desses empréstimos tivesse se destinado aos imóveis baratos e houvesse condições de compra mais facilitadas, as vendas teriam subido e não caído”, afirmou o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto.

A pesquisa realizada pelo Conselho com 431 imobiliárias da cidade de São Paulo mostrou que os imóveis mais vendidos no mês de junho (51,19%) foram os de valor médio até R$140 mil. Essa participação crescente dos imóveis mais caros nas vendas globais vem sendo registrada desde o início deste ano, invertendo uma situação que perdurava desde 2006, quando predominava a venda de imóveis na faixa de até R$100 mil.

No sexto mês do ano, a venda de 176 casas e apartamentos fez o índice de vendas recuar de 0,5884 para 0,4084. O número de imóveis usados vendidos com financiamento dos bancos praticamente se igualou ao de habitações vendidas à vista. Dos contratos fechados, 48,15% foram à vista e 45,68% com financiamento.

"Um crédito bancário de R$200 mil pode financiar a compra de um imóvel de R$200 mil ou de dois imóveis de R$100 mil, e essa multiplicação de oportunidades com a divisão desses recursos para atender a população com menor renda deveria ser uma preocupação de todos os bancos", afirmou Viana Neto.

A pesquisa também indicou que 70,45% dos negócios fechados em junho foram de apartamentos e 29,55%, de casas. A maioria das vendas concentrou-se em bairros das zonas A, B e C, que agrupam as regiões de maior poder aquisitivo.

Os aumentos de preços atingiram tanto os apartamentos das áreas mais valorizadas como os de padrão standard de bairros da periferia. Foram 11 ocorrências de aumento dos preços médios do metro quadrado, na comparação de junho com maio, e apenas dois registros de alta.

O menor aumento foi de 1,07%, para imóveis de padrão médio, com mais de 15 anos de construção e em bairros da Zona B, como Aclimação e Alto da Lapa. Já a maior alta (+25,72%) foi registrada em imóveis de padrão standard, com 8 a 15 anos de construção e situados na Zona E, que engloba bairros como Brasilândia e Pedreira.

No mercado de casas houve cinco ocorrências de queda e três de aumento. A maior alta, de 21,41%, foi entre casas de padrão médio, com 8 a 15 anos e situadas em bairros da Zona C (Água Branca, Bosque da Saúde e Barra Funda).

LocaçãoO mercado de locações também apresentou desempenho negativo no mês de junho, com queda de 6,01% no número de contratos assinados em comparação a maio. O índice de locação caiu de 2,2070 para 2,0742 no período. Dos 431 imóveis alugados no sexto mês do ano, 50,67% foram casas.

As imobiliárias consultadas declararam ter encerrado 399 contratos de aluguel, o equivalente a 44,63% do número de novas locações. Isso representou uma queda de 8,53% no número de devoluções de imóveis na comparação com maio, que fora de 48,79%.

A pesquisa também registrou um aumento expressivo do percentual de inquilinos com o aluguel atrasado há mais de 30 dias. Esse percentual foi de 5,46% em junho, 19,21% superior aos 4,58% de maio. “Com o reajuste do IGP-M correndo acima dos salários, não é difícil imaginar que tenhamos em breve uma crise nas relações entre proprietários e inquilinos, cabendo aos corretores de imóveis, sempre, antecipar-se para buscar uma conciliação entre as partes”, afirmou o presidente do Creci-SP.

Tanto os aluguéis de casas quanto os de apartamentos subiram em junho. Foram 24 registros de alta dos aluguéis médios contra nove registros de baixa na comparação do período. Na Zona B (Aclimação, Alto da Lapa, Bela Vista), por exemplo, todos os tipos de apartamentos ficaram com aluguel mais caro. Apartamentos do tipo quarto/cozinha tiveram aumento médio de 9,65% e os de três subiram, em média, 32,72%.

No segmento de casas, o aumento variou de 2,04% para as do tipo quarto/cozinha situadas na Zona E (Campo Limpo, Itaim Paulista) até 22,04% para as de dois dormitórios localizadas na Zona B.

De - http://www.portalimovelnet.com.br

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