segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Na crise, locação navega tranquila

Na crise, locação navega tranquila
Mesmo com cenário econômico incerto, demanda na área imobiliária continua existindo, com muito espaço para quem deseja investir.

José Roberto de Toledo*

16/07/09 - Crise, demissões, incertezas. Estas foram palavras recorrentes entre o final de 2008 e o início deste ano, corroboradas pelo sem número de notícias sobre o fechamento de milhares de postos de trabalho por todo o Brasil, dólar em disparada, bolsas de valores em franca queda no Brasil e no mundo.

Não restam dúvidas de que o cenário econômico é outro, bem longe do clima de euforia que tomou conta dos mercados nos últimos cinco anos. Este é um momento em que, sim, a cautela deve falar mais alto, bem como o bom senso e a prudência são quesitos fundamentais para todos aqueles que não querem naufragar no mar revolto da economia atual.

É natural que as pessoas adiem decisões em uma situação nebulosa. Mas ninguém, em sã consciência, irá guardar dinheiro embaixo do colchão. Com a recente diminuição das taxas de juros e a volatilidade do mercado de capitais, que ainda perdura, é necessário, e salutar, buscar alternativas.

Neste sentido, trata de um alento saber que o mercado imobiliário, especialmente o de aluguéis, navega tranquilo em meio à crise. Mais do que isso, vem mostrando um fôlego muito acima das expectativas sombrias do início do ano. Para quem possui imóvel ou tem capital para adquirir um, trata-se, evidentemente, de uma boa notícia.

O aquecimento neste mercado manteve-se, felizmente, em um patamar bem razoável. Basta dizer que a procura por imóveis para locação residencial cresceu 36% em nossa empresa no primeiro bimestre deste ano, na comparação com os dois primeiros meses de 2008. E o número de novos contratos fechados aumentou cerca de 20%. A diferença se deve apenas e tão somente em razão da escassez de casas e apartamentos em relação ao perfil da demanda, o que significa dizer que, na maioria dos casos, a maré está para peixe.

O crescimento foi sentido em todas as regiões da capital paulista e mais significativo em áreas próximas de faculdades, devido ao início do ano letivo. Para os próximos meses o prognóstico continua favorável, uma vez que a procura continua intensa, especialmente por apartamentos de um e dois dormitórios, com uma vaga na garagem e valor de aluguel em torno de R$ 900,00 a R$ 1.000,00. Há fila para alugar esse tipo de imóvel em São Paulo.

Na área de locação comercial identificamos elevação de 18% no número de novos contratos fechados no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2008. Salas e conjuntos comerciais representaram 50% dos novos negócios, seguidos por lojas, com 30%, casas comerciais, com 15% e galpões e armazéns, com 15%. O maior aumento de novos contratos de aluguel ocorreu entre os imóveis comerciais de valores mais elevados, que teve elevação de 30% no primeiro bimestre deste ano, na comparação com igual período de 2008.

A atual situação do mercado locatício se deve, de um lado, ao fato de que houve nos últimos anos expressiva ascensão do poder aquisitivo da classe C. São jovens casais e pessoas que se encontram no início de sua atividade econômica buscando moradia, alguns dos quais se arriscam no financiamento imobiliário para aquisição da casa própria, e outros que preferem a locação como alternativa para ficarem próximos ao local de trabalho ou no mesmo bairro de seus familiares.

Historicamente, o imóvel sempre foi sinônimo de segurança contra as oscilações da economia. Conheço muitas pessoas que, imunes a qualquer crise, mantêm carteiras de imóveis e complementam seus rendimentos com os valores de aluguéis recebidos mensalmente. Para eles não há preocupações com os juros, o dólar ou o vaivém das ações, apenas em manter o imóvel ocupado por inquilinos que paguem o aluguel em dia, e com as correções anuais estabelecidas em contrato.

Evidentemente que alguns cuidados são essenciais, mesmo em um mar calmo como o da locação. Por isso quem deseja migrar para esse tipo de investimento deve munir-se de informações confiáveis sobre o mercado, buscar assessoria especializada e jamais pensar que tudo será fácil. A vocação do imóvel, a região onde está instalado, suas condições estruturais e o rendimento que se deseja obter são fatores relevantes que devem ser analisados com muito cuidado. Escolher certo é essencial, para que a unidade seja alugada e passe a dar retorno financeiro rapidamente.

Mesmo que a economia não tenha, nos próximos anos, o desempenho de outrora, é certo que ainda haverá considerável demanda na área imobiliária, principalmente nas grandes metrópoles como São Paulo, com muito espaço para quem deseja investir sem correr riscos.


*José Roberto de Toledo, empresário, é diretor da Lello Imóveis.

De http://www.portalimovelnet.com.br

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