reflexos no mercado de imóveis usados de São Paulo
Em outubro, mês do ápice da crise, vendas de usados caíram 26% e locações, 1,44%.
16/12/08, São Paulo, SP - A crise financeira global, que teve seu ápice em outubro, deixou marca no mercado de imóveis usados da cidade de São Paulo. As vendas de casas e apartamentos tiveram queda de 26,36%, com o índice de vendas baixando de 0,4385 para 0,3229.
De acordo com levantamento realizado pelo Creci-SP em 319 imobiliárias, 33,98% dos imóveis comercializados em outubro foram casas e 66,02%, apartamentos. A maioria das transações foi feita à vista - 63,74% -, ficando os financiamentos bancários com 30,77%. Esta queda na participação dos financiamentos bancários é apontada também pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito e Poupança), que registrou uma redução de 20,52% na quantidade de unidades financiadas e de 18,35% no volume de recursos contratados, oriundos da caderneta de poupança. Os proprietários venderam a prazo os restantes 5,49%.
"O mercado de imóveis usados também parece ter sido vítima da onda de pânico que varreu o mundo e que paralisou ou reduziu o ritmo de negócios em praticamente todos os setores e áreas da atividade econômica", afirma o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto. Para ele, o efeito psicológico da crise afetou mais o mercado imobiliário do que motivos de ordem econômica e financeira. "Não houve no Brasil, nem em São Paulo uma onda de demissões que levasse potenciais compradores a desistir do negócio por não terem mais a renda necessária e também não desapareceram os financiamentos bancários, conforme asseguraram mais de 2/3 das imobiliárias que o Creci-SP pesquisou", justifica Viana Neto.
Segundo a pesquisa, 61% das imobiliárias declararam não ter sentido redução na oferta de crédito bancário em setembro e outubro. Essa redução aconteceu para 25,82% delas, enquanto que 12,9% não responderam à pesquisa.
"Agora que os mercados financeiros parecem estar estabilizados com a chuva de trilhões de dólares injetada em bancos e em diversas áreas da economia no mundo todo e dos bilhões de reais liberados aqui pelo Banco Central, é provável que o receio de comprar e de assumir dívida de longo prazo diminua e até desapareça", avalia o presidente do Conselho.
Preços em queda - Em outubro, foram identificadas seis ocorrências de queda de preços e cinco de alta. Os preços que mais baixaram, com queda de 34,17%, foram os de apartamentos de padrão standard com mais de 15 anos de construção situados na chamada Zona D (Bela Vista, Centro, Liberdade, Freguesia do Ó, Imirim, Pirituba, etc) e os que mais aumentaram, com alta de 29,16% foram os de casas de padrão médio e mesma idade na Zona E (Campo Limpo, Itaim Paulista, Itaquera, Cidade Dutra, Brasilândia, São Miguel Paulista, etc).
Na Zona D, o preço médio do metro quadrado desse tipo de apartamento, que era de R$1.519,05 em setembro, passou a R$1.000,00 em outubro. Já na Zona E, o preço médio do metro quadrado subiu de R$736,11 em setembro para R$950,76 em outubro.
Os imóveis mais vendidos em São Paulo foram os de preço final superior a R$200 mil - representaram 37,62% das vendas. Unidades de dois dormitórios foram as preferidas dos compradores.
Reflexos na locação - O número de imóveis alugados em outubro em São Paulo foi 1,44% menor que o número de contratos assinados em setembro. As imobiliárias pesquisadas alugaram 626 imóveis, o que fez o índice de locação baixar de 1,9911 para 1,9624.
As casas representaram 60,38% dos novos contratos e os apartamentos, 39,62%. O número de imóveis devolvidos por inquilinos às imobiliárias (279) equivaleu a 44,57% do total de novas locações, percentual 10,71% menor que os 61,91% apurados em setembro. A quase totalidade das devoluções (87,46%) se deu por outros motivos que não financeiros (12,54%).
A pesquisa apurou um aumento de 25,23% no número de inquilinos inadimplentes nas imobiliárias pesquisadas - o índice de inadimplência passou de 4,28% em setembro para 5,36% em outubro - e constatou que houve mais registros de queda do que de alta dos aluguéis. Foram 21 ocorrências de baixa e 13 de alta.
O aluguel que mais aumentou em outubro - 41,25% - foi o de casas do tipo quarto-cozinha situadas em bairros da Zona E, como Guaianases, Itaquera e Parelheiros. O aluguel médio passou de R$287,27 em setembro para R$405,77 em outubro. A maior redução no aluguel médio foi de 28,16% e ocorreu na Zona B, que agrupa bairros como Aclimação, Indianópolis e Brooklin. Casas de um dormitório que eram alugadas por R$580,00 em setembro foram alugadas por R$ 416,67 em outubro.
Os imóveis mais alugados em outubro foram os de valor de locação entre R$401,00 e R$600,00, com 31,33% dos novos contratos.
De- http://www.portalimovelnet.com.br
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